Wilson Medeiros: "O que a Ultima Thule tem a ensinar ao mundo dos negócios aqui na Terra?"
A tradução vem do latim. Thule significa “além do mundo conhecido”. A conquista vem da NASA, ao registrar no primeiro dia 1o de janeiro de 2019 o feito extraordinário: a fascinante chegada da sonda New Horizons aos confins do sistema solar, revelando detalhes do mais longínquo e intacto objeto já alcançado pela humanidade.
A dimensão impressiona. A imagem de Thule foi capturada a 6,5 bilhões de quilômetros de distância da Terra. A espaçonave que viajava pelo espaço desde 2006, aproximava-se do Cinturão de Kuiper, que agrupa trilhões de objetos espaciais nas margens do sistema solar.
A NASA cumpriu uma missão inédita. Sobrevoou e fotografou Ultima Thule – uma rocha coberta de gelo, com cerca de 32 km de comprimento e formato que lembra um boneco de neve.
Mas o que que a Ultima Thule tem a ensinar ao mundo dos negócios no planeta Terra ?
Absolutamente tudo.
Mais do que o grande feito, o ponto central dessa conquista está associado a imperativa necessidade de aprofundar os temas pertinentes a cada atividade do negócio, por parte de empresários, gestores e especialistas, para o que podemos chamar de “mundo desconhecido”.
Quando examinamos as estatísticas de derrocadas de grandes ou pequenas empresas, fica claro a falta de um olhar mais estratégico “além do horizonte”. As decisões tendem a se pautar pelo “aparentemente conhecido”.
Contudo, há decisões que carecem de “calibre NASA”. Leia também: “Help! Como pedir ajuda aos negócios”.
Refiro-me à demanda de investimentos em estudos para apoio recorrente de análises mais precisas – a começar pela compreensão da concorrência, tendências do setor e hábitos de compra dos consumidores.
A experiência em estudos e atuação in loco, obtidas também em minhas consultorias de vendas e palestras mostram que, para alguns, a situação é mais aguda, considerando que a concorrência encontra-se, ainda, em estágio “invisível”, a um passo atrás da urgência da compreensão.
Identificar, validar e monitorar os movimentos da concorrência é vital. Destacamos vários tipos de análises. Porém, precisar em qual delas seus concorrentes se enquadram é essencial para definir qual a mais adequada à sua realidade:
Produtos e serviços: é a mais aplicada, em que são comparadas vantagens, preço etc.
Atendimento: comparativo de práticas de atendimento e satisfação de clientes.
Ambiente: estrutura física do negócio, fator de sucesso para muitos.
Comunicação: posicionamento de mercado, estratégias de marketing e gestão de redes sociais.
Sugiro ainda ferramentas como benchmarking, para comparar atributos e identificar forças e fraquezas, além do cliente oculto, para avaliar o atendimento de um concorrente anonimamente, e a semrush, uma das mais completas, online, para análises de desempenho digital e no Google.
Ou seja, o trabalho não tem fim. Portanto, não tire o pé da pesquisa para traçar melhores estratégias. A cada dia surgem novos concorrentes e os atuais mudam as táticas.
Por último, dedique uma boa dose de tempo para analisar os dados, a fim de chegar a sua “Ultima Thule”.
O horizonte mais amplo pode trazer oportunidades fascinantes.