Waltinho Nascimento: "A coisa mais importante dentre as mais importantes"

Quem diria que enfrentaríamos um adversário praticamente invisível, mas que traria problemas a nossa defesa como nunca imaginaríamos
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vero

Em uma das minhas colunas na VERO, eu apresentei uma pergunta: qual é a tática ideal (nos campos e na vida)?

Depois de refletir um pouco cheguei a conclusão que não há uma resposta pronta para nos levar à vitória. Tudo vai depender do que estamos enfrentando, do momento que estamos vivendo, quais as condições do “campo”, do adversário.

Quem diria que pouco tempo depois enfrentaríamos um adversário praticamente invisível, mas que traria problemas a nossa defesa como nunca imaginaríamos?

E novamente volto a perguntar: qual a melhor tática? Se fechar na defesa e pagar um preço altíssimo pós-confinamento? Partir ao ataque contra tudo e contra todos e deixar os mais vulneráveis à mercê da sorte? Me parece que novamente não há uma resposta definitiva e dessa forma, a polarização movida pelo medo cresce a cada dia.

Se eu fosse um dos treinadores responsáveis por liderar esse embate, partiria de um princípio: existem coisas mais e menos importantes na vida, certo? O futebol, por exemplo, é a coisa mais importante entre as menos importantes – já diria Milton Neves. Mas é outra frase famosa – de um cara um pouco mais famoso, Winston Churchill – que, se não me engano, foi dita em um debate público, sobre se o Reino Unido deveria ou não continuar colocando dinheiro na educação no período da segunda guerra, que me interessa aqui: “Se formos tirar dinheiro da educação, pelo que estamos lutando?”.

Talvez, por mais que a economia seja importantíssima em nossas vidas, ela ainda não seja a coisa mais importante que devemos preservar.

E antes que rotulem esse pensamento como antibolsonarista, esquerdista ou qualquer coisa do gênero, eu cito mais uma frase, de um dos fundadores do pensamento conservador moderno, Edmund Burke: “não é possível reduzir os problemas de uma comunidade a simples equações que a razão (econômica, nesse caso) resolveria. É preciso olhar em primeiro lugar para a natureza humana, aquele conjunto básico de necessidades que todos seres humanos têm e não podem prescindir”.

O filósofo Luis Felipe Pondé, meu professor, disse recentemente em um programa de TV que, em momentos de sucesso, o ideal é que olhemos para a situação com cuidado e prudência. “O sucesso é um péssimo conselheiro”. Mas em momentos de crise, é fundamental usar do otimismo para acharmos força, superação. Acho que foi o “profexô” Luxemburgo que disse que “o medo de perder pode tirar sua vontade de ganhar”.

Ah, e não podemos esquecer que a velhice, principal alvo do nosso atual adversário, não é uma anomalia. É, para os afortunados, um destino.

Caraca! Citei Churchill, Milton Neves, Pondé, Burke e Luxembrugo no mesmo texto!!!!

Tá na hora de parar por aqui! Boa sorte a todos!

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