Shaiana Lick (CRP 06/138397) é psicóloga, pós-graduada em gestão de pessoas pela FIA e terapeuta EMDR pela Tapia Counseling (Consultor aprovado pela EMDRIA, USA). É membro da Associação Brasileira de EMDR, do Programa Ajuda Humanitária Psicológica – Brasil e do Projeto Social “Voa Borboleta” | Av. Sagitário, 138, sl 2213, Torre City, (11) 93310-4321, @shaianalick.emdr | shaianalick.com
A psicologia como ciência
Primeiro, é importante sabermos que muitas abordagens psicológicas têm relevância histórica, fazem parte da construção da psicologia como profissão e que os experimentos e estudos até aqui, abriram caminho para que a psicologia seja reconhecida como ciência.
Entretanto, existe uma linha tênue entre efetividade de uma abordagem e sua simples existência. Isso pode ser comprovado com o que chamamos de “evidências científicas”.
Em vários campos da ciência, da psicologia à medicina, existem práticas cientificamente comprovadas, enquanto outras, mesmo sendo aplicadas, podem ainda estar no processo de evidenciação cientifica, ou sequer existem evidências de sua efetividade.
Pensando em classificar e garantir a qualidade dos atendimentos clínicos, em 1979, no Canadá, foram listados os níveis de evidência, também conhecido como “Pirâmide de Evidência”. Ela é construída por estudos com base na qualidade da metodologia ou do desenho experimental, validade e aplicabilidade ao atendimento.
Nessa pirâmide, são classificados os tipos de estudo, de acordo com sua evidência clínica e científica. Essas decisões dão o “grau (ou força) da recomendação” de determinada abordagem psicológica para certos tratamentos, por exemplo.
No que toca à psicologia, atualmente, ainda há práticas alternativas e integrativas que, além de não terem evidências cientificas, ainda têm evidências contrárias de sua qualidade e efetividade. Ou seja, são uma contraindicação, pois trazem mais malefícios do que benefícios.
Para exemplificar, podemos pensar na medicina alternativa que engloba tratamentos que ainda não provaram ser eficientes por técnicas tradicionais. As indicações desses tratamentos são baseadas em observações pessoais, suspeitas e hipóteses. Para que a eficácia seja comprovada, precisa-se de ensaios clínicos randomizados e, só desta maneira, uma técnica alternativa faria a transição para a aplicação tradicional, sendo comprovada sua eficácia de maneira significativa.
Para garantir a segurança e a eficácia do tratamento é que a boa ciência exige que se faça a distinção entre o conhecimento que alguém sente como verdadeiro, do conhecimento sugerido por observações testáveis. Isso não significa que os tratamentos alternativos ou integrativos não funcionem para uma parcela da população, mas é importante observar se o mesmo tratamento trará mais benefícios do que malefícios ou, ainda, se não piorará a saúde física ou mental do paciente.
Na psicologia vale o mesmo racional. Nem todos os métodos de tratamento que utilizam o termo psicoterapia no nome, e que prometem resultados grandiosos ou milagrosos, foram necessariamente testados e trazem benefícios a longo prazo.
Por isso, te convido a pesquisar na internet artigos científicos que embasem o tratamento pelo qual você optou. Desta forma, as chances de sucesso, remissão dos sintomas ou cura, a depender do que está sendo tratado, tende a ser maior.