Bia Garbato: "Cores, pra que te quero"

O prazer de colorir sua casa e sua vida
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Bia Garbato

Pouca gente sabe mas, além de publicitária e escritora, eu sou formada em design de interiores. As cores para mim têm uma importância enorme, seja nas paredes, nos móveis ou até nos eletrodomésticos. Tem muita gente que acha que os tons pastéis deixam o ambiente tranquilo. Nada contra. Mas eu sou do time que se sente entediada (ou até ansiosa) em um ambiente assim. A presença de uma ou mais cores assumidas no cômodo me faz sentir melhor. As cores não precisam necessariamente ser escuras. Adoro cores claras. Mas o que eu gosto mesmo é das cores presentes, que agregam sensações.

Agora, diz-se muito que um apartamento pequeno precisa ser pintado de branco para ampliar. Na minha opinião, um apartamento pequeno pintado de branco é um apartamento pequeno. Um apartamento pequeno com uma parede pintada de uma cor, é um apartamento pequeno com personalidade, o que vai deixá-lo muito mais grandioso.

Toma-se partido de tudo. Existe a moda da cozinha preta. Já que a cozinha foi branca e fechada por muito tempo, porque não abri-la e tingi-la de preto? Justo. Aí temos: porcelanato preto, ladrilhos pretos, bancada preta, até teto preto! Em um cômodo assim, com uma faca na mão vira filme de terror!

Outra ambiente polêmico: o lavabo. Existe uma tendência de pintá-lo de uma cor escura ou preenchê-lo com um papel de parede com arabescos dourados. O apartamento pequeno precisa ser branco para não parecer pequeno, mas o lavabo de 1x1m pode ser marrom escuro do chão ao teto e ter um espelho cobre? Isso se tiver janela. A pessoa vai retocar o batom e acaba com uma crise de claustrofobia.

 Posso dizer que é meu hobby – e, modestamente, minha especialidade – escolher cores e tons para as paredes de uma casa. Pode não parecer, mas tem muita ciência nisso. Ao olhar o ambiente, as paredes e a luminosidade do espaço em diferentes momentos do dia, além dos móveis e objetos, chegamos a uma cor: azul, verde, vinho… Aí evoluímos no tom: azul cobalto, verde musgo, vinho escuro… É hora de ir à loja de tintas e lembrar de considerar no orçamento as latinhas de teste. É melhor gastar esse dinheiro agora do que ter que remediar uma parede pintada que não deu certo. O ideal são 3 tons (nem 2, nem 4, pois vai dar uma volta na sua cabeça): azul cobalto mais acinzentado, azul cobalto mais esverdeado, azul cobalto mais claro. Peça ao pintor para fazer testes bem acabados. Espere secar. Só então se defronte com o resultado, de preferência em dois momentos do dia. Faça sua escolha que, nesse caso, tem grandes chances de dar certo. Se não for nenhuma das 3, não desista, comece de novo e faça mais algumas amostras. Além de colorir sua casa, o importante mesmo é colorir sua alma.

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