Papai Noel é seu vizinho: conheça 6 moradores de Alphaville que se transformam em bons velhinhos

Eles se vestem de Papai Noel na noite de Natal e fazem a alegria dos pequenos a sua volta
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Julia

Tradição é tradição

“Na tarde do dia 24, saímos de carro com brinquedos para crianças menos favorecidas. Meu genro dirige, e meu neto é o “ajudante do Papai Noel”. Quando vemos crianças, paramos o carro e entrego a lembrança! Nosso coração fica repleto de amor e gratidão”, conta o morador de Alphaville José Carlos Varella, 68 anos, que se veste de Papai Noel há 53. Já na noite de Natal, além de ficar com a família, ele anima as crianças do condomínio onde mora. “Os pais deixam os presentes antecipadamente no meu apartamento, e antes da ceia vou distribuindo pela vizinhança”, conta. A brincadeira de se vestir de bom velhinho começou com o pai, irmãos mais velhos, e agora é a vez dele de manter a tradição. “Apesar de todos em casa saberem que o Papai Noel não existe, fazemos questão de seguir com a brincadeira. É um dos momentos mais especiais que passamos juntos”, conta.

Ele existe, sim!

“Quando eu me vesti de Papai Noel pela primeira vez, descobri o quanto ele tinha poderes especiais: ninguém fica sem sorrir na presença do bom velhinho. Ele tem o carinho das crianças e o respeito dos adultos”, conta Eduardo de Godoy, 51 anos, empreendedor social – criador do projeto Pernas de Aluguel, que leva crianças com deficiência física para corridas de rua. Sem filhos, o morador de Alphaville começou a brincadeira há 16 anos, na Associação Rainha da Paz, em Santana de Parnaíba. Apesar de tantos anos de experiência, Edu garante que continua sem medo de ser revelado. “O momento em que os pequenos descobrem a identidade do Papai Noel é muito especial. Toda criança tem uma história do dia em que soube da verdade. Ela se sente importante e vai ajudar a preservar o segredo do bom velhinho para as crianças mais novas.”

Papai, mamãe e titia

Há quase 30 anos, Vanderlei Gomes de Oliveira, de 53, é o Papai Noel oficial da família. “Comecei a me fantasiar quando nasceram meu filho e meus sobrinhos”, conta o gerente de compras. A brincadeira é levada tão a sério na casa dos Oliveira que toda a família se envolve: esposa, filho (que hoje tem 28 anos), irmãos e sobrinho já se fantasiaram de Papai Noel para dar folga ao Vanderlei, mas não tem jeito, o cargo sempre sobra pra ele. “Só quem passa por esse momento sabe o quanto é incrível o olhar das crianças. Às vezes, as mais grandinhas perguntam: ‘Por que o senhor chegou em um carro?’. Eu repondo: ‘Porque eu sou o Papai Noel ajudante. Ele precisa de um auxiliar, e eu fui escolhido’. E aí fica tudo certo. Eles acreditam”, diz. Neste ano, Vanderlei já está se preparando para mais uma festa. “A família não para de crescer, então, não vejo como parar com essa brincadeira.”

Tudo pelos netos

Economista de formação, bancário de profissão e Papai Noel por amor. Wilson Roberto David, 66 anos, é daqueles avôs que fazem qualquer coisa pelos netos. Ele tem dois – mas já é o suficiente para fazê-lo vestir uma fantasia no Natal, que é confeccionada especialmente pela esposa. “Ela faz a roupa, barba, tudo. Agora, o engraçado é que no último ano percebi uma desconfiança do meu neto mais velho, o Lucas, de 6 anos. Acho que neste Natal ele descobre a verdade”, conta Wilson, que ainda é avô do Rafael, de 4. “O que mais gosto em ser o bom velhinho é da volta ao passado, de quando ficava à espera do Papai Noel com minha mãe na janela de casa. Claro, não tínhamos essa produção de hoje, mas ainda assim era muito especial.”

Acho que eu conheço você

Em mais uma noite de Natal, Eduardo Silvio Carboni – empresário de 67 anos – estava perfeitamente vestido de Papai Noel para os dois filhos, com travesseiros amarrados na barriga e a boca cheia de cereja, para mudar a voz. Ele se aproximou da mais nova, Ana Lu, que tinha uns seis anos na época, e disse: “Você foi boazinha nesse ano, obedeceu ao papai e à mamãe. Venha aqui me dar um beijo”. Nessa hora, muito esperta, ela reconheceu o perfume. “Você é meu pai!”  E foi assim que ele foi descoberto. Mas, é claro, continuou com a brincadeira, que durou até 2013. “Eu fui muito feliz sendo o Papai Noel. No início dos anos 80, fizemos o Natal em um sítio em Embu. Decidimos receber as crianças das redondezas e compramos sacos e mais sacos de brinquedos. A gente não conseguia ver o fim da fila dos pequenos. Foi o Natal mais emocionante da minha vida”, conta. Hoje ele se diz aposentado da fantasia, mas resta uma esperança. Com dois netos pequenos, a expectativa é que ele mantenha a tradição: “Acho que tenho que voltar a ser o Papai Noel!”.

O Noel é pop

O empresário Luís Carlos Silva, de 56 anos, estava negociando com o filho de três aninhos o fim do uso da chupeta, quando teve uma ideia brilhante: vestir-se de Papai Noel na noite de Natal e aproveitar o momento para fazer a troca com o pequeno. “Ele me deu a chupeta e recebeu um pacotinho de M&M’s”, conta aos risos. Já se passaram sete anos desde o episódio, mas o morador de Alphaville gostou tanto da brincadeira que resolveu seguir com a ideia. “Meu filho hoje tem 10 anos, e acabei contando a verdade para evitar que ele sofresse bullying. Mas ainda me visto para a festa da família e também fico passeando pelo prédio, assim, acabo fazendo a alegria de outras crianças e adultos. As fotos e selfies rolam soltas, todos querem ter um registro desse momento mágico.”


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