Helio Contador: "Buh! Happy Halloween"
Segundo a Wikipedia, a origem do Halloween traz as tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com diferenças em relação às atuais abóboras iluminadas ou da famosa frase “doces ou travessuras”, exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o Halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão. Se comemora na véspera da festa cristã ocidental do Dia de Todos os Santos e começa com a vigília de três dias do Allhallowtide, o tempo do ano litúrgico dedicado a lembrar os mortos, incluindo santos (hallows), mártires e todos os fiéis falecidos.
Entre as atividades de Halloween mais comuns, estão festas e fantasias, praticar os pedidos de “doce ou travessura”, decorar a casa, fazer lanternas de abóbora, fogueiras, jogos de adivinhação, participar de atrações “assombradas”, contar histórias assustadoras e assistir filmes de terror. Em muitas partes do mundo, as vigílias religiosas cristãs de Halloween, tais como frequentar os cultos da igreja e acender velas nos túmulos dos mortos, permanecem populares, embora em outros lugares seja uma celebração mais comercial e secular. Alguns cristãos, historicamente, chegam a se abster de carne no famoso “Dia das Bruxas”.
Mas, afinal, por que o medo e o terror atraem tanto a nossa atenção? Já tive oportunidade de falar várias vezes sobre os instintos naturais de qualquer ser humano: os da sobrevivência e reprodução da espécie, ou seja, o medo é peça fundamental para sobrevivermos no meio desse caos de ameaças, de todas as espécies, que nos atingem todos os dias. A atração dos eventos de terror, seja no cinema, no teatro ou em parques temáticos, torna-se fascinante justamente porque aciona um dos instintos mais primitivos que nós temos, que é a nossa segurança física e mental. Desde os primórdios da humanidade ou até mesmo no mundo animal, o ato de se proteger desperta reações instintivas que são, muitas das vezes, irracionais.
Qualquer situação que possa representar uma ameaça, mesmo que ilusória, aciona nossos mecanismos cerebrais de defesa, fazendo um tipo de “ligação direta” entre o tálamo e a amígdala cerebral, que provocam reações instantâneas de luta e fuga no nosso sistema nervoso central.
O medo, uma das emoções básicas universais, é muitas vezes taxado de uma reação impulsiva negativa e pode atrapalhar demais o desempenho da nossa vida pessoal e profissional, principalmente quando precisamos nos expressar no meio de uma reunião, numa aula ou ministrar uma palestra. Ao mesmo tempo em que ele chega a bloquear novas iniciativas, desafios ou até mesmo nossa criatividade, o medo também pode salvar nossas vidas, se não ignorarmos os sinais de perigo que a vida nos apresenta. O medo nos ensina a respeitar normas e leis, os limites e direitos do nosso próximo, mas pode trazer consigo algumas facetas de vergonha, timidez, constrangimento ou culpa, entre outras. Tudo isso torna o gerenciamento do medo algo complexo e individual, que vamos aprendendo ao longo das nossas experiências de vida.
No Brasil, parece que muita gente gosta dessa comemoração, principalmente certos políticos e juízes, que nos brindam com notícias e decisões assustadoras o tempo todo! A cada novo dia que surge, parece que ficamos esperando um novo BUH! Happy Halloween… haja ansiedade!
Um abraço e até o próximo artigo.