Helio Contador: "Os maiores obstáculos para a inovação em grandes empresas"

As empresas que querem realmente inovar não podem deixar de lado os aspectos de motivação, liberdade, criatividade e inteligência.
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Num artigo recente da Newsletter Harvard Business Review Brasil (semana de 5/8/18) foi abordado um estudo feito sobre os principais obstáculos que as empresas enfrentam quando se fala em inovação.

Em uma pesquisa feita no início do ano para a Innovation Leader, foi perguntado sobre os obstáculos mais comuns enfrentados para a inovação em grandes empresas. As respostas, vindas de 270 líderes empresariais de estratégia, inovação, e cargos de pesquisa e desenvolvimento, foram esclarecedoras.

Foi constatado, afinal, que a palavra “inovação” não funciona como os feitiços de Harry Potter, tornando empresas mais inventivas, criativas e empreendedoras em um passe de mágica. A palavra inovação pode ser usada tanto por um CEO durante uma reunião com seus funcionários quanto por analistas do mercado financeiro. Pode estar decorando a porta de um novo centro de pesquisas no Vale do Silício e até aparecer em vários cartões de visita… só que isso não garante que as condições para um ambiente inovador estejam realmente presentes.

E o que a Neurociência fala sobre isso? É comum vermos na mídia a famosa divisão dos hemisférios cerebrais direito (emocional, criativo) e esquerdo (lógico, racional). Na verdade, nosso córtex cerebral possui áreas primárias, secundárias, terciárias e límbicas em ambos os hemisférios e trocam informações entre si o tempo todo.

As áreas primárias recebem os estímulos sensoriais que dão origem aos estímulos motores, em ambos os lados do córtex e tem o papel de fazer a recepção e distribuição das informações sensoriais de forma igual.

As áreas secundárias auditivas, por exemplo, fazem uma distinção entre os dois lados do hemisfério, sendo o esquerdo mais especializado na linguagem e o lado direito mais ativo na musicalidade e espacialidade, porém interagem entre si constantemente.

De qualquer forma, apesar de algumas especializações mais evidentes para um ou outro lado do córtex cerebral, ambos os lados interagem de forma integrada nas suas capacidades de criação, comparação e associação.

Tudo isso para dizer que a plasticidade e as conexões interativas entre ambos os hemisférios cerebrais exigem algumas condições para favorecer os estímulos da criatividade e inovação.

Criar um ambiente propício para a inovação é criar uma cultura tolerante aos erros que poderão ser cometidos na busca de novas ideias. As empresas falam na importância da criatividade, do empreendedorismo e da inovação, mas poucas realmente implementam programas que estimulam essas atividades. Quantos realmente investem em espaços mais descontraídos, coloridos e desconectados com o velho modelo das mesas ou baias de trabalho de antigamente? Quantas empresas se utilizam de técnicas que estimulam a forma de pensar “fora da caixa”, sem aqueles processos e modelos rígidos de burocracia? Dinâmicas como Design Thinking, por exemplo, podem trazer grandes benefícios na busca de inovação e criatividade.

Os conhecimentos mais recentes da Neurociência atestam que o desenvolvimento das funções executivas referentes à memória de trabalho e flexibilidade mental estão diretamente ligadas aos campos da inteligência e criatividade.

Incentivar o uso da diversidade, pessoas com culturas, costumes e experiências diferentes também contribuem de forma significativa para estimular a vivência de novas ideias, do novo! Quem não é especialista num assunto, pode trazer questões e pontos de vista que, mesmo parecendo absurdos de início, ajudam a quebrar o modelo rotineiro e linear de se resolver problemas da forma tradicional. Já ouviram falar frases do tipo: “em time que está ganhando não se mexe” ou então “sempre fizemos desse jeito e deu certo”? Pois é…

Criar espaços e ambientes que permitam uma maior liberdade de ação e motivação ajudam a melhorar a conectividade entre ambos os hemisférios cerebrais, que requerem treino para o seu desenvolvimento.

Ou seja, as empresas que querem realmente inovar não podem deixar de lado os aspectos de motivação, liberdade, criatividade e inteligência.

Essa linha de pensamento e estímulos não serve apenas para empresas ou negócios, mas pode ser usado também no ambiente doméstico, social ou mesmo nas escolas. Crie o seu próprio modelo e boa sorte.

Um abraço e até o próximo artigo…


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