Helio Contador: "Preciso urgente de um mentor"
O mundo digital de hoje, traz consigo situações como vulnerabilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. É muito raro encontrarmos alguém que passe por essas situações sem precisar da ajuda de alguém mais experiente em determinados assuntos, que possa trazer uma boa orientação e ajudar na escolha do melhor caminho a ser seguido. Ouço frequentemente perguntas tais como: qual o melhor caminho profissional devo seguir? Que especializações eu devo fazer? Devo mudar de emprego porque estou insatisfeito? Como fazer para acordar de manhã com vontade de ir para o trabalho? E tantas outras dúvidas.
É nessa hora que podemos recorrer a uma ajuda externa, que pode ser um Mentor ou um Coach, dependendo das necessidades específicas. Mentor e Mentee (ou Mentorado), Coach e Coachee.
Um Coach vai ajudar a buscar as soluções e caminhos a serem seguidos, seja para o desenvolvimento de uma competência ou então os novos rumos de uma mudança de vida pessoal ou profissional, utilizando as próprias experiências do coachee. Diferentemente da mentoria, não é necessário que o Coach tenha experiência ou conhecimento na área de trabalho em questão, mas sim que tenha amplo domínio das técnicas, metodologias e ferramentas cientificamente comprovadas.
Já o Mentor precisa ter vivenciado aquilo que vai te orientar, vai te mostrar o que deu certo e o que deu errado, sucessos e fracassos nas experiências anteriores, ou seja, trata-se de uma transferência de vivências e conhecimento. Vale ressaltar que não é necessário que o Mentor tenha mais idade que o Mentorado mas sim que tenha mais experiência na situação desejada. É comum encontrarmos jovens mentorando pessoas mais velhas em assuntos de tecnologia digital ou em mídias sociais. É a chamada mentoria reversa.
Fiz essa pequena introdução para poder entrar no assunto que tenho me especializado ultimamente, chamado de “Neuromentoria”, ou seja, aplicar as técnicas e metodologias de mentoria, acrescentando os conhecimentos da Neurociência, ou seja, entendendo o processamento dos caminhos de comunicação entre neurônios bem como as principais áreas de ativação do cérebro em relação aos modelos cognitivos e comportamentais. Alguns exemplos disso:
Tomada de decisão
Diariamente tomamos centenas de decisões, das mais simples (o que vou tomar no café da manhã de hoje) até as mais complexas (qual profissão vou seguir ou se devo investir num MBA fora do Brasil). Hoje sabemos que nossas decisões são muito mais inconscientes e impulsivas do que imaginávamos no passado e com isso é muito importante aprendermos a reconhecer nossos sentimentos e nossas emoções usando-as de forma inteligente. Outro fato é sabermos acessar nossas memórias de forma apropriada, ajudando na busca de situações similares vivenciadas no passado. Aliás, cuidar da sua saúde mental está entre as metas de 2019?
Foco e produtividade
Os circuitos cerebrais envolvidos na ansiedade e na concentração são praticamente os mesmos, ou seja, quanto mais ansiosos estamos, menor vai ser nosso poder de concentração. Aprender a prestar mais atenção nas coisas ao nosso arredor usando as áreas do cérebro de forma apropriada vai ajudar, e muito, a melhorar nossa concentração.
Chamar a atenção
Somos seres ainda muito instintivos e programados para reagir imediatamente a situações de sobrevivência e perpetuação da espécie. Qualquer coisa que pareça uma ameaça à nossa segurança e traga um risco de vida vai chamar nossa atenção imediatamente.
Imagens
O cérebro é orientado para a visão; não pensamos em palavras, mas em imagens e associações. Qualquer imagem que pareça uma ameaça, ativa imediatamente as regiões do tálamo e amigdala provocando uma reação instintiva e instantânea, de luta ou fuga.
Storytelling
A arte de contar boas histórias tem um poder incrível sobre o inconsciente das pessoas. É muito mais do que contar uma bela narrativa; cria uma forte conexão emocional e incentiva as pessoas a se conectarem com suas ideias, além de desenvolverem a imaginação, ativando várias áreas do cérebro simultaneamente.
Hoje em dia é comum encontrarmos 3 ou 4 gerações trabalhando na mesma empresa, o que traz uma série de vantagens em termos de continuidade da cultura empresarial e aprendizagens com as experiências do passado, porém carrega junto algumas dificuldades, tais como o choque de gerações, a dificuldade de comunicação ou obstáculos às mudanças internas. Por esse motivo as empresas estão adotando cada vez mais projetos de mentoria interna, buscando otimizar o melhor dos dois mundos.
De qualquer forma, seja qual for a sua escolha, recomendo que se busque profissionais certificados e treinados pois essas atividades têm uma responsabilidade muito grande e irão influenciar mudanças na sua vida.
Um abraço e até nosso próximo artigo…