Juliana de Lacerda Camargo: "Como se achar quando se está perdido?"
‘Estou me sentindo perdida’, disse uma cliente. Assim como muitas pessoas, essa cliente se sente desorganizada, desfocada e sufocada pelas diversas demandas, compromissos e afazeres. Distendendo o tema, pensamos sobre o conceito ‘estar perdido’ e consideramos a analogia de um labirinto. No labirinto, as pessoas se ‘perdem’ porque não sabem onde estão, perdem o senso de direção e não sabem qual caminho escolher para chegar onde se deseja. Todos os caminhos parecem possíveis e todos parecem ter a mesma relevância.
Se quebrarmos essa analogia, temos seis aspectos que compõem a sensação de se estar perdido:
1º aspecto – Onde quero chegar?
2º aspecto – Não sei onde estou
3º aspecto – Perdi o senso de direção
4º aspecto – Não sei que caminho escolher
5º aspecto – Todos os caminhos parecem possíveis
6º aspecto – Todos os caminhos parecem ter a mesma relevância
Sabe, o cérebro ‘se sente’ extremamente ameaçado quando se depara com a incerteza e a confusão. É natural que, ao se ver num contexto assim, os circuitos de fuga e defesa sejam ativados, quando então nossas capacidades de raciocinar, analisar e tomar decisões tendem a reduzir. Pare um pouco pra pensar. Quando você se sente perdido, todos ou a maioria desses aspectos parecem estar presentes, não é? E normalmente isso gera sentimentos de tensão e ansiedade, e, por vezes, parece que tudo fica mais nublado e confuso ainda, entrando numa espiral descendente.
Quebrar os problemas em pedaços menores e conversar com cada um deles pode ser uma forma proativa de usar suas funções executivas a seu favor, reduzindo o sentimento de ameaça e aumentando as chances de você encontrar a saída das situações. E, em momentos em que me sinto perdido, talvez o racional do labirinto possa ajudar por meio de algumas perguntas:
- Onde quero chegar?
- Onde estou?
- Para que direção preciso ir para chegar onde quero?
- Que caminhos são os mais propícios a me levarem para onde preciso ir?
- Dentre esses, quais as probabilidades e riscos envolvidos em cada um?
- Qual meu plano de ação, então?
Talvez algumas respostas demandem algum estudo, alguma reflexão, alguma análise. Outras vão demandar assumir riscos ou até mesmo perceber sua intuição. O mais importante é pensar que, quando estamos num labirinto, ficar andando de forma randômica e automática pode ser extenuante e totalmente ineficaz. Um passinho para trás, uma respirada, algumas questões e um pouco de atenção podem tirá-lo dali.
Teste da próxima vez que se sentir perdido, você vai se reencontrar.
É isso aí.