Wilson Medeiros: "A lição sabemos de cor, só nos resta aprender"
“Sua principal tarefa como líder é tornar sua empresa mais valiosa.” Eis uma das mais preciosas lições no mundo dos negócios, em especial, aquelas que contam com aporte de capital de investidores.
Resolvi abordar esse tema depois de diversas conversas trocadas com profissionais, empresários e CEOs, diante do maior combate de sobrevivência já enfrentado na história dos negócios – a pandemia da Covid-19, que pegou o mundo de surpresa desde março de 2020. Independentemente de seu porte, segmento ou país de atuação, todas sofreram duros golpes.
Relatos e estudos das “BIGs” consultorias sobre os impactos da pandemia revelaram, contudo, que ficaram muitos ganhos no campo das lições. O ponto central é que não bastou para muitos negócios contarem apenas com aportes de capital, cujo excesso de liquidez global está cada vez maior e com retornos atraentes.
Sonhando, ou chorando juntos, “muitos se perderam no caminho…”, como diz aquela canção do Clube da Esquina, só para trazer um pequeno aporte de poesia a essa conversa crucial.
Para sobreviver a uma tempestade como a que ocorreu nos últimos dois anos, é imperativo que se faça presente e visível a firmeza para com a governança interna, a começar pela rigidez financeira, buscando concentrar forças junto ao corpo executivo, no processo de alavancar resultados de forma obsessiva. Com isso turbina-se o entusiasmo e reforça-se o alinhamento.
Nessa linha, é essencial atentar à necessidade de geração de caixa e olhar estratégico ao balanço patrimonial, o que significa, por vezes, eliminar capital improdutivo ou de baixo desempenho. Ou seja, limar os negócios do portfólio que estão minando seu capital e sua energia produtiva.
No capítulo “baixo desempenho ou baixa performance”, este é outro farol de extrema relevância para os diretores e gestores. Na maioria das vezes não é incomum em que a conhecida ineficiência acaba ganhando padrão de conformidade, do tipo “é mais fácil para todos fazer o “bem” do que realizar o “melhor” possível. Mas, aqui, o bom é inimigo do melhor.
Uma das grandes consultorias mundiais chama este sintoma de “baixo desempenho satisfatório” –uma doença que se propaga largamente nos negócios. Daí apresenta-se o grande desafio em definir corretamente quais são os indicadores de performance (operacionais, financeiros), pois são aqueles que oferecem sinais poderosos do quanto a estratégia adotada está funcionando e na direção estabelecida.
Não podemos esquecer que os acionistas investidores normalmente têm caráter inflexível em relação ao desempenho, o que pode indicar que o horizonte de tempo de 3 a 5 anos para valorizar a empresa tem pequena margem de erro. Há metas e regras claras e combinadas, para fazer o investimento valer lá na frente, a fim de cumprir os resultados comprometidos com o fundo.
Portanto, o recado a todos nós, empresários, líderes, gestores é simples: clique na tecla reiniciar. Mãos à obra para revisitar as lições que precisam ser revistas, aprendidas e, fundamentalmente, apreendidas.
Por fim, deixo aqui uma máxima que sempre ouvi em Comitês Executivo de Bancos, sobre disciplina em gerar e gerir o caixa: “A possibilidade da morte faz a mente se concentrar de maneira incrível”.
Esta escassez de dinheiro em caixa, afinal, obriga aos gestores administrar de maneira aguerrida o capital de giro e alocar as despesas com precisão.
Por último, alerta-nos a criar os incentivos em conexão com os resultados esperados para melhor recrutar, manter e motivar os melhores profissionais.
São esses alguns referenciais de excelência utilizados pelas maiores consultorias corporativas do mundo, que relembro como fontes de apoio para seguir o conselho inicial do artigo, no sentido de valorizar o passe do seu negócio.
O que você está esperando para guiar sua empresa orientada a uma mentalidade de resultados ? “A lição sabemos de cor, só nos resta aprender”.